Ex-primeira-ministra de Bangladesh condenada à morte por repressão dos distúrbios de 2024
A Justiça de Bangladesh condenou nesta segunda-feira (17) a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina à morte, depois que ela foi declarada culpada de ordenar a repressão dos distúrbios que provocaram sua queda em 2024, nos quais morreram pelo menos 1.400 pessoas, a maioria civis, segundo a ONU.
"Todos os elementos (...) constitutivos de um crime contra a humanidade estão reunidos", declarou o juiz do tribunal de Dacca, Golam Mortuza Mozumder.
"Decidimos impor uma única pena, a pena de morte", acrescentou.
Hasina, 78 anos, sempre negou as acusações e foi julgada à revelia. Ela fugiu de helicóptero para a Índia em agosto de 2024.
Os juízes consideraram a ex-primeira-ministra culpada de várias acusações relacionadas a crimes contra a humanidade, em particular por incitar e ordenar assassinatos, segundo o veredicto.
Após a sentença, Hasina, que foi a chefe de Governo do país por 15 anos, afirmou que o veredicto tinha "motivações políticas".
"As sentenças proferidas contra mim foram ditadas por um tribunal manipulado, estabelecido e presidido por um governo não eleito e sem mandato democrático", declarou em um comunicado
A decisão do tribunal de Dacca era muito aguardada no país de mais de 170 milhões de habitantes, que se prepara para as próximas eleições legislativas dentro de três meses.
A polícia da capital foi mobilizada para garantir a segurança nas imediações do tribunal e em todos os pontos estratégicos da cidade.
Q.Perrot--PP