

Grande operação policial em Utah busca assassino de ativista conservador
Um grande operação policial nesta quinta-feira (11) no estado de Utah busca o assassino do ativista conservador Charlie Kirk, muito próximo ao presidente Donald Trump, após um atentado que abalou os Estados Unidos.
"É um dia sombrio para os Estados Unidos" reagiu Trump horas depois do ataque, condenado por líderes republicanos e democratas.
O presidente americano, alvo de uma tentativa de assassinato há pouco mais de um ano, acusou a retórica da "esquerda radical" de ter contribuído para o assassinato de Kirk, de 31 anos, a quem descreveu como um "mártir da verdade".
"Durante anos, aqueles na esquerda radical compararam americanos maravilhosos como Charlie a nazistas e aos piores assassinos em massa e criminosos do mundo", disse Trump horas após o ataque em um vídeo publicado em sua plataforma Truth Social.
"Esse tipo de retórica é diretamente responsável pelo terrorismo que estamos vendo em nosso país hoje e deve parar imediatamente", acrescentou.
Com 31 anos, pai de dois filhos, Kirk era muito conhecido no cenário político dos Estados Unidos após fundar uma organização, Turning Point, que afirma ter mais de 850 escritórios em todo o país.
Kirk era um ativista apaixonado, defensor de valores conservadores e cristãos, que frequentava regularmente universidades para debater no campus, sob uma tenda, com os estudantes.
Os debates eram por vezes acalorados, mas sempre em tom cortês, embora ele também fosse conhecido por suas declarações mais polêmicas nas redes sociais e em canais de televisão.
O vice-presidente JD Vance, que planejava ir a Nova York para a comemoração dos atentados de 11 de setembro de 2001, apresentará suas condolências à família em Utah.
- Pena de morte em Utah -
Forças policiais locais e o FBI participam da ampla operação em Orem, a pequena cidade onde o ataque ocorreu.
"Vou me limitar a lembrar que aqui no estado de Utah ainda temos a pena de morte", advertiu o governador do estado central, o republicano Spencer Cox.
O FBI anunciou em coletiva de imprensa que encontrou o rifle de alta potência utilizado e imagens de boa qualidade do agressor, que por enquanto não serão divulgadas.
Trump prometeu que seu governo "encontrará todos os que contribuíram para essa atrocidade e para outros casos de violência política, incluindo as organizações que a financiam e apoiam".
O presidente americano anunciou nesta quinta-feira que concederá, de forma póstuma, a mais alta honraria civil dos EUA a Kirk.
"Tenho o prazer de anunciar que em breve concederei postumamente a Charlie Kirk a Medalha Presidencial da Liberdade", disse Trump durante uma cerimônia no Pentágono em memória aos ataques de 11 de setembro de 2001.
O ativista ajudou Trump a aumentar sua adesão entre os eleitores mais jovens, um dos fatores fundamentais no retorno do republicano à Casa Branca.
Kirk levou um tiro no pescoço enquanto falava a milhares de estudantes, justamente respondendo a uma pergunta sobre assassinatos em série.
A tragédia foi registrada em vários vídeos que começaram a circular rapidamente nas redes sociais. Nas gravações, ele aparece caindo de sua cadeira em meio a gritos de pânico do público.
Beau Mason, do Departamento de Segurança Pública de Utah, afirmou que o tiro provavelmente veio de um telhado e que as câmeras do circuito fechado registraram um suspeito "vestindo roupas escuras". Essa pessoa saiu rapidamente do local, segundo as imagens.
Estudantes da universidade descreveram o ataque como "aterrorizante".
"Isso me faz sentir que devo ter muito cuidado ao expressar minhas ideias políticas", declarou à AFP Samuel Kimball, estudante de Engenharia da Computação.
- Bandeiras a meio-mastro -
Trump ordenou que as bandeiras fossem hasteadas a meio-mastro nos edifícios federais até domingo, uma demonstração da importância que este ativista tinha para o presidente de 79 anos.
O anúncio de sua morte a tiros chocou a classe política nos Estados Unidos. As principais figuras da esquerda condenaram o ataque.
"Não há lugar em nosso país para esse tipo de violência. Isso precisa parar agora", escreveu no X o ex-presidente democrata Joe Biden.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, que debateu com Kirk em seu podcast, qualificou o atentado como "repugnante, vil e censurável", e a ex-vice-presidente Kamala Harris condenou "a violência política".
O assassinato de Kirk ocorre três meses após um homem matar a tiros, em sua casa em Minnesota, uma parlamentar democrata da Câmara Estadual e seu marido.
Y.Leger--PP