Conselho de Segurança aprova resolução sobre força internacional em Gaza
O Conselho de Segurança da ONU votou nesta segunda-feira (17) a favor de uma resolução dos Estados Unidos que reforça o plano de paz do presidente Donald Trump para a Faixa de Gaza e que inclui o envio de uma força internacional e um caminho para um futuro Estado palestino.
Houve 13 votos a favor do texto, que Washington chamou, após a votação, de "histórico e construtivo", com abstenções de Rússia e China e sem vetos.
Trump comemorou a votação, que afirmou na rede Truth Social estar "reconhecendo e respaldando o CONSELHO DE PAZ", que seria presidido por ele. "Isso será considerado uma das maiores aprovações da história das Nações Unidas, e levará a mais paz em todo o mundo."
Revisado várias vezes como resultado de negociações de alto nível, o texto reforça o plano de Trump, que possibilitou um cessar-fogo entre Israel e o Hamas no território palestino, devastado pelo conflito.
Grande parte da Faixa de Gaza foi reduzida a escombros após dois anos de confrontos e bombardeios, desencadeados pelo ataque do Hamas ao território de Israel em 7 de outubro de 2023.
A resolução também pede a retomada da entrega de ajuda humanitária em larga escala por meio da ONU, da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. "Também precisamos intensificar substancialmente o nosso trabalho para apoiar o esforço humanitário da ONU, o que requer abrir todas as passagens e garantir que as agências de ajuda possam operar sem obstruções", disse o embaixador britânico na ONU, James Kariuki.
- Força de estabilização -
O plano de paz autoriza a criação da Força Internacional de Estabilização (ISF, sigla em inglês), que trabalharia com Israel, Egito e com policiais palestinos recém-treinados para ajudar a proteger as áreas fronteiriças e desmilitarizar a Faixa de Gaza. A ISF tem o mandato de trabalhar "na desativação permanente de armas de grupos armados não estatais" e proteger os civis e corredores de ajuda humanitária.
O plano também autoriza a formação do Conselho de Paz, um corpo de governo transitório para a Faixa de Gaza, com mandato até o fim de 2027. A resolução também menciona um possível futuro Estado palestino.
A Rússia, que tem poder de veto, alegou que o documento dos Estados Unidos não avançava o suficiente no apoio à criação de um Estado palestino e fez circular um texto alternativo.
O grupo Hamas lamentou hoje a resolução, que disse não responder "às exigências e aos direitos" dos palestinos. "A resolução impõe um mecanismo de tutela internacional à Faixa de Gaza, o que nosso povo, suas forças e seus componentes rejeitam, e impõe um mecanismo destinado a alcançar os objetivos" de Israel, criticou.
Antes da votação, o embaixador israelense na ONU, Danny Danon, afirmou que a resolução iria garantir "que o Hamas não represente mais uma ameaça a Israel".
E.Pelletier--PP